segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Estudantes desenvolvem bengala para cegos que detecta obstáculos

Estudantes desenvolvem bengala para cegos que detecta obstáculos

Equipamento foi desenvolvido por estudantes de mecatrônica de Garça.
Dispositivo detecta obstáculos terrestres e aéreos e emite alerta vibratório.

Para assistir aos vídeos acesse o link:

http://g1.globo.com/sp/bauru-marilia/noticia/2015/02/estudantes-desenvolvem-bengala-para-cegos-que-detecta-obstaculos.html

 Alunos de Garça (SP) desenvolveram um dispositivo em bengalas que alerta deficientes visuais sobre obstáculos no caminho. Sem a necessidade de um cão guia ou de um cuidador, o professor Nelson Santos Cauneto, deficiente visual há 15 anos, conquistou a segurança para andar nas ruas com a ajuda apenas da bengala. “Ela veio para somar, ajudar a gente a ter uma independência de locomoção. É mais um instrumento que com certeza pode nos ajudar bastante no futuro. Hoje já está me ajudando”, diz Nelson.
Bengala possui um dispositivo que identifica e alerta os obastáculos (Foto: Reprodução / TV TEM)
Bengala possui um dispositivo que identifica e
alerta os obastáculos (Foto: Reprodução / TV TEM)
O equipamento não é uma bengala comum, ela foi melhorada. Um dispositivo preso no começo dela indica ao deficiente visual aonde existem obstáculos no caminho. O equipamento emite vibrações sensíveis ao toque das mãos.
Em um passeio na praça, Nelson consegue subir e descer escadas, identificar onde estão os bancos, desviar das pessoas e de animais. O deficiente recebe o sinal de alerta com até três metros de distância de um obstáculo.
Essa bengala adaptada traz ainda outra diferença em relação a comum. O equipamento avisa sobre obstáculos na altura da cabeça, como galhos de árvore, por exemplo, que se não identificados pelo deficiente visual podem até machucá-lo. “Se ele detectar um obstáculo aéreo, vibra a parte de cima. Se detectar um obstáculo terrestre, vibra a parte de baixo”, explica o professor, que agora caminha pelas ruas com mais tranquilidade.
O equipamento inteligente foi desenvolvido no laboratório da Faculdade de Tecnologia de Garça por dois alunos do curso de mecatrônica. “Ver os deficientes usando o equipamento, conseguindo detectar os obstáculos, desviar deles sem acidentes, é uma felicidade muito grande”, conta o estudante Henrique Betoni.
O dispositivo ainda está em fase de testes, mas enche de orgulho o estudante Leandro Nakahata. “A bengala é composta por uma bateria, um controlador, dois sensores e dois motores elétricos”, explica Leandro.
Nelson consegue desviar dos obastáculos em um passeio  (Foto: Reprodução / TV TEM)Nelson consegue desviar dos obastáculos em um passeio (Foto: Reprodução / TV TEM)
O desafio foi proposto pelo professor do curso de mecatrônica, Gustavo Coraíne, que já tinha visto bengala semelhante à venda no exterior, mas a um preço alto demais. “Todos os dispositivos se encontram no mercado em qualquer loja de eletrônicos, basta uni-los. No exterior, um produto como esse, industrializado, custa R$ 3 mil. É fácil encontrar na internet. Aqui no Brasil nós não temos nada parecido, e a gente consegue desenvolver um desses com facilidade por R$ 500”.
Dados do IBGE mostram que no Brasil mais de 6 milhões de pessoas tem alguma deficiência visual, sendo que dessas, 528 mil são cegas. Agora, com a nova bengala, essas pessoas poderão ter  mais qualidade de vida. “A bengala com o detector dá mais segurança e autonomia também. O que a gente busca na vida é autonomia”, diz Nelson, animado com a novidade.
Depois da fase de testes, os alunos pretendem produzir o dispositivo em grande quantidade e colocá-lo à venda no mercado.

Chip em teste promete fazer cegos voltarem a enxergar

Chip em teste promete fazer cegos voltarem a enxergar


Um chip milimétrico com propriedades similares às de um painel de energia solar poderá devolver a visão a pessoas com problemas de retina, a membrana que fica no fundo dos olhos e é responsável por captar a luz.
A técnica teve sucesso com ratos e deve ser testada em humanos dentro de um ano.
Desenvolvido pela Universidade Stanford, da Califórnia, o método foi apresentado nesta sexta no encontro da AAAS (Associação Americana para o Avanço da Ciência), em San Jose. Daniel Palanker, criador da tecnologia, já licenciou sua ideia para a empresa francesa Pixium Vision.
O dispositivo é voltado sobretudo a pessoas que sofrem de degeneração macular –uma doença relativamente comum em idosos– causada por morte de células receptoras de luz da retina. Como essas células fotorreceptoras são parte do sistema nervoso, que não se regenera facilmente, a esperança de cura por medicamentos é virtualmente nula.
Alex Argozino/Editoria de Arte/Folhapress
Cyber_prótese
A ideia foi substituir as células por pequenos chips de 2 mm, feitos de material similar ao que existe em painéis solares. Quando recebem luz, eles emitem impulsos elétricos que estimulam terminações nervosas da retina e levam informação visual ao cérebro.
Esse tipo de técnica vem sendo desenvolvida por vários grupos de pesquisa há mais de duas décadas, mas vinha esbarrando em problemas como falta de resolução e dificuldade de implante.
Desde 2013, a empresa Second Sight já vende um tipo de retina artificial, mas o aparelho gera uma visão de baixa precisão –próxima ao limiar pelo qual oftalmólogos consideram alguém cego. Além disso, requer que um cabo entre pela lateral do olho e vá até a retina.
O dispositivo criado agora por Palanker não requer cabos, incisões ou perfurações. A própria luz que incide no chip implantado na retina gera a eletricidade que é transmitida aos neurônios visuais.
O único problema é que, para conseguir essa geração de energia, é preciso uma quantidade muito grande de luz, e os objetos que enxergamos no dia a dia não estão suficientemente iluminados.
O cientista contornou o problema criando um óculos com uma câmera no centro, que projeta as imagens em dois painéis de alto brilho na frente dos olhos.
Essas pequenas telas, porém, só emitem luz infravermelha: invisível ao olho humano comum, mas captada pelo chip de Palanker. Para instalar o dispositivo sob a retina, o cientista usa apenas uma agulha especial.
Os aparelhos que serão testados no ano que vem pela Pixium possuem 65 micrômetros de largura, uma resolução ainda baixa comparada ao tamanho das células fotorreceptoras naturais do olho humano, com 5 micrômetros.
"Mas nós já estamos conseguindo produzir chips com pixels de 40 micrômetros", disse Palanker à Folha. "Essa diminuição em tese seria capaz de dar aos pacientes uma resolução suficiente para reconhecer faces e ler livros."

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

INCLUSÃO NO MERCADO DE TRABALHO - por Mara Gabrilli